Wednesday, June 21, 2006

Eu tenho uma Prima

Eu tenho uma prima a qual suas loucuras me endoidecem. Me dão idéias mais insanas aindas que me sanam. E esta sanidade me corrompe. Me pira a cabeça, a gira. É loucura ser sano neste mundo, é sano ser louco. E nesta sana perdição de pensamentos a gente deslumbra um novo mundo de possibilidades, aos perder o medo da loucura, ao perder o medo da sanidade, ao saber que ambas são sinônimos no mais íntimo significado. "Anormalidade" seria outro sinônimo pra se colocar nesta lista sem fim, sem que antes inseramos "amor".

Num email que escrevera pra ela, digo:
A minha criatividade se extrapola nos últimos tempos pelas palavras, textos, poemas. Mas há coisas que não há como expressar. Coisas que uma imagem não mostraria, mesmo se fosse uma pintura cubista que mostra todas as facetas. Criatividade que a cinemática de uma dança não pode coreografar. Criatividade que a cinestesia de um bosque florido com suas cores, cheiros, gostos, sons e texturas não misturaria perfeitamente. Que faria uma música não soar. E que deixa linhas de caderno em branco, enquanto esperam por um desvaneio de pensamentos...

Em outro, onde ela errôneamente me compara a Shakespeare, respondo:
Cara, Superar Shakespeare é para poucas almas. Mas digo que superá-lo, com toda sua suprema sabedoria e compreensão do coração humano, para ti, pode até acontecer. Mas eu, aos pés dele, não chego. Até mais porque não penso em visitar o túmulo dele.

De autor desconhecido, citado pela mesma Prima: "Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase!"
E a minha resposta: A desilusão do quase. Concordo com a frase, e apesar de parecer ser antagônico o que agora digo, espero que veja que tirando o "des" de "desilusão", não realizamos idealmente uma antítese. "A ilusão do quase". A ilusão que nos engana, que nos faz sofrer, que nos mata. O quase que nos ilude, a ilusão que nos impede de ver a realidade, de ver que "quase" não é tudo, e é ainda menor que o nada.

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